sábado, 19 de maio de 2012

Crónica / Opinion: Why it’s important that a man knows how to dress up to a party - note from an incurable romantic



PT: Desde que somos pequenas que somos bombardeados com imagens de homens vestidos a rigor. Seja em filmes, em desenhos animados, em imagens reais, na televisão, na vida real. Vimos o príncipe Rainier e o príncipe William, todos os príncipes e reis dos filmes da Disney, as nossas tropas militares ou aéreas em formação fardadas, vimos os soldados na guerra com as suas fardas a avançar intrépidos contra a linha inimiga, vimos os nossos pais saírem com as nossas mães para uma festa, fotografias dos seus casamentos na sala de jantar, vimos, com a globalização e a chegada dos filmes americanos, o rapaz a vir buscar a rapariga para o prom e, se não me engano, ele está vestido a rigor. Ainda hoje em dia, quando nos casamos, antes de entrarmos na Igreja, espreitamos e lá está ele, o homem dos nossos sonhos, vestido a rigor.

Na nossa cabeça e no nosso coração, nos momentos cruciais da vida, vocês devem surgir de lugar inesperado e salvar-nos de encarar as incertezas do futuro sozinhas, agarrar-nos para uma última dança de sonho, levar-nos para o final feliz. Está gravado no nosso código genético que devemos suspirar quando o Rhett Butler agarra a recém viúva Scarlett O’Hara para dançar contra todos os preconceitos da sociedade da época. Está gravado nesse mesmo código que não conseguimos resistir quando um homem de smoking nos convida para dançar ao som do That’s Amore do Dean Martin. É um registo irrevogável no nosso código genético que um homem que envergue uma farda da Marinha ou da Força Aérea é um bom partido. Um partido que pode ir para a guerra e não voltar - é certo! - MAS e se ele for e, um dia, inesperadamente, estivermos a cozinhar, com o coração apertado de saudades, ouvirmos o portão do jardim a abrir, corrermos para o alpendre, limpando as mãos ao avental e, lá estiver ele, de farda à nossa espera?

Hoje em dia, grande parte destas ocasiões não têm lugar na nossa sociedade. Estando casada com um oficial da Marinha, nunca estaria a meio do dia em casa a cozinhar de avental e ele nunca chegaria de surpresa. O noticiário das 13h daria a notícia que eles estariam a chegar, o jantar seria um pré-preparado de meter no microondas, a casa com alpendre seria um andar com renda demasiado alta.

Assim, meus caros, face a uma sociedade tão rígida no não-romantismo, percebo a tentação de achar que já nada destas tradições faz sentido. Mas, quando se vestirem para uma festa, quando acharem que o blazer não vale a pena, que comprar um fato escuro é indiferente a ter um blazer cinzento, que um smoking é uma perda de dinheiro e que da casaca nem se fala, pensem em nós, no quarto, horas a escolher o vestido mais perfeito, os sapatos que combinam melhor, a pensar como vai ser quando nos encontrarmos. A conversa por entre aperitivos, os olhares sobre o prato principal, o doce toque da sobremesa, tudo para chegar àquele momento em que se calhar, só se calhar, podem vir pedir-nos para dançar e aí...bells will ring.

EN: Since we’re little girls we’ve been exposed to images of well dressed men. Whether it’s in movies, in cartoons, in real life feed, in tv or in real life. We’ve seen prince Rainier and prince William, every single prince and king in the Disney movies, our military troops wearing uniforms, we’ve seen soldiers at war, with their uniforms running intrepid against the enemy line, our fathers going out with our mothers for a party, their wedding pictures in the living room and we’ve seen, with globalization and the arrival of american movies, the young mand picking up the young girl for prom night and, if I’m not mistaken, he’s dressed accordingly. To these days, when we get married, before we go in, we take a sneak pick and there he is, the man of our dreams, dressed accordingly.

In our minds and hearts, in the most crucial moments in life, you are supposed to come from somewhere unexpected and rescue us from facing alone the incertainty of the future, sweep us off our feet in one last dreamy dance, take us away to a happy ending. It’s engraved in our genetic code we must gasp when Rhett Butler asks to dance with the young widow Scarlett O’Hara breaking every rule of the society. It is engrave in said code that we cannot resist when a man in a tox asks us to dance to the sound of Dean Martin’s That’s Amore. It is an irrevocable mark in our genetic code that a man wearing a military ou naval uniform is a good catch. A catch that may go to war and never come back - that’s for sure! - BUT what if, one day, unexpectedly, we are at home, cooking, and our heart is aking with missing him, we hear the back door opening, we run to the porch, wiping our hands to the apron, and there he is, waiting for us, in his uniform?

Nowadays, most of these situations don’t happen in our society. Being married to a naval officer as I could be, I’d never be at home in the middle of the day cooking and being surprised by him. The one o’clock news would report his arrival, dinner would be a pre-cooked meal shoved in the microwave, and the house with a porch a over-price rented apartment.

Therefore, my darlings, in the face of such a strict society when it comes to roman, I understant the temptation to think none of these rituals or traditions make sense anymore. But, when you are getting ready for a party, when you think the blazer isn’t worth it, that buying a suit is the same as wearing a blazer, that a tox is a waste of money, think of us, in our rooms, for hours chosing just the most perfect dress, the perfect shoes, thinking of you and of the moment we meet. The talking over appetizers, the stolen looks over the main course, the sweet moment of desert, all leading up to that moment when maybe, just maybe, you might ask us to dance and ten...bells will ring.

Texto / Text; Tradução / Translation: Leonor Capela
Imagem / Photo: AsEstilo Store

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